Oi amigos,
Sempre achei que fosse mais fácil escrever quando a gente olha para o coração e consegue entender, ainda que um pouquinho só, o que está se passando nele. Assim, bastaria a gente olhar e traduzir em palavras o que se passa dentro da gente. Na teoria tudo é fácil né?
Olhando para o meu coração esses dias eu vejo que voltei a pensar muito sobre a morte e sobre a fé. Tenho certeza que isso foi muito em virtude da partida da Ana Luiza. Olhar aquele rostinho tao bonito, tao puro e cheio de vida me fez acreditar na sua cura, me fez acreditar na sua completa recuperação. Por vezes eu achei que as coisas estariam perdidas mas aí acontecia algo inesperado, algo que desafiava a lógica e assim os dias iam passando. Quando ela saiu da UTI entao..nossa, que alegria!!! Pensava nos pais e na angústia de sentir as mãos atadas, na fé que direcionava cada oração a favor da cura dela. Mesmo com os últimos acontecimentos, com as convulsões e com a cegueira que se instalava, eu acreditava. Cheguei a orar para Deus e falar que Ele permitiu que a Luciana fosse, mas que Ele curasse aquela pequena princesa, para que eles tivessem a alegria de tê-la sempre ao lado e não ter que conviver com a sua ausência. Para que ela continuasse a encantar o mundo com aquele sorriso encantador. Mas se existe algo que para mim ficou muito claro é a soberania de Deus. Naquele momento é a vontade dEle que prevalece. Como já diz o versículo “Agindo Deus, quem impedirá?”. E assim a Ana Luiza partiu. Ela partiu ensinando muitas coisas, mas também deixando aquela pontada de frustração, pois a pergunta mais óbvia a se fazer é “Porque?”, mas essa a gente aprende logo que não tem resposta.
Ainda em relação ao coração, tenho nos últimos tempos sentido muita saudade da Luciana e de tudo o que a gente viveu, da história que construímos juntos. Essa saudade às vezes vem dolorida, às vezes não. Mesmo sentindo que já evolui em muitas coisas relacionadas ao luto, sei que existem algumas caixinhas que precisam ser abertas para serem tratadas, e que eu vou mantendo fechadinhas, escondidas. Sei que chegará o tempo certo de abrir e tratar cada uma. Até porque sinto que Deus não quer me ver sofrer para sempre e pode ser que seja necessário abrir o meu coração para que Deus coloque, se for da vontade Dele, uma outra pessoa. Sei que isso acontecerá no tempo Dele, apesar de todos os sentimentos que hoje aquecem o meu coração.
Nos últimos dias eu tenho aproveitado muito as crianças. Tenho me deliciado com as novas descobertas do Pedro e também curtido muito todos os cuidados com a Helena. Ela está cada vez mais linda e especial. Venho pensando na benção que é ser pai de duas crianças maravilhosas e de também ter a oportunidade de acompanhar o crescimento deles. Apesar de sempre me cobrar muito, vejo que hoje consigo passar boa parte do tempo com eles e assim observar como eles se parecem e ao mesmo tempo são diferentes. Peço a Deus sempre sabedoria para amá-los e educá-los, ainda que para isso tenha que negar algumas coisas ou mesmo permitir que passem por certas frustrações.
Amigos, vou ficando por aqui e aproveito para deixar uma pequena frase muito linda do Pequeno Príncipe:
“A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar...”
Um grande abraço a todos e fiquem com Deus
Woltony, Luciana (eternamente), Pedro e Helena