sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Parabéns minha amada filha pelo seu 1 ano de vida!

Oi amigos,


Hoje mudei um pouco a minha rotina de escrever o blog. Geralmente escrevo nas madrugadas, fazendo um apanhado das coisas que aconteceram e daquilo que sinto que está no meu coração. Porem hoje foi um pouco diferente. Enquanto vinha para o trabalho e via o céu nublado que está aqui em Brasília, minha mente passeava pelas recordações de um ano atrás e de tudo o que aconteceu naquele dia. Lembrava de toda a luta, de todo o esforço, de todas as orações e dos milagres que aconteceram. Graças a Deus e a tudo que foi feito ao longo desse ano, hoje posso dizer com alegria: Parabéns minha amada filha pelo seu 1 ano de vida!


O dia 25 de Fevereiro de 2010 começou bem agitado. A Luciana estava com o nível de plaquetas muito baixo e o risco de sangramento durante a cesárea era alto. Assim, naquela madrugada ela fez várias transfusões para garantir que durante o parto ela estivesse com os níveis adequados. Ela tinha também uma bomba de morfina instalada, pois vinha sentindo muitas dores no ombro, fruto de uma metástase no linfonodo supraclavicular que pressionava um feixe de nervos (o tal do plexo braquial). Existia todo um clima de ansiedade, nosso e das diversas equipes médicas. A Helena nasceu no Hospital Albert Einstein, no mesmo hospital onde a Luciana havia nascido. Ela iria nascer no dia 25, que mesmo não sendo 25 de Dezembro, também acreditávamos que um ser de luz nasceria naquele dia.


A Luciana sempre teve o sonho de ter uma menina. Ela falava de como ela iria cuidar, de como iria arrumá-la e como as duas andariam juntas. Segundo ela, a nossa filha seria uma grande companheira dela. Eu me pegava imaginando as duas juntas, andando no shopping ou brincando no parque da cidade. Um dia, estávamos em um restaurante ao lado do hospital e havia uma moça sentada na mesa ao lado. Ela não estava, digamos, sentada de uma maneira adequada e eu comentei com a Luciana que a Helena era uma menina de sorte, pois poderia aprender a “ser mulher” com a mulher que eu mais admirava. Procurávamos curtir a gravidez dentro do possível, aproveitando cada momento. Nos momentos bons saíamos, víamos coisas de decoração e planejávamos o quartinho dela. Fomos “garimpar” um lustre na rua consolação, pois a Luciana queria fazer o quartinho da Helena no estilo provençal e em São Paulo o lugar para isso é naquela rua. Fomos à feira da gestante, lá em São Paulo mesmo, e compramos um bocado de coisa. Hoje tudo isso está no quartinho da Helena, que eu tentei montar segundo a idéia que tínhamos.


Voltando ao dia 25/02/2010, no centro obstétrico uma equipe gigante esperava a Luciana. Havia naquela sala 1 broncoscopista, 2 anestesistas (a Luciana teve anestesia geral), 1 oncologista, 3 obstetras, 1 pediatra e vários enfermeiros e técnicos. Na sala ao lado, 2 pediatras e uma equipe da UTI neonatal aguardavam a Helena. Nas palavras do oncologista, que tinha mais de 20 anos de experiência, se pedissem para ele citar 3 casos que o impressionaram, com certeza aquele seria um deles. Por conta da anestesia geral, o obstetra dispunha de apenas 3 minutos para tirar a Helena. Acho que não durou 40 segundos. Às 08:14h, o nosso pequeno milagre veio ao mundo, surpreendendo a tudo e a todos. Ela logo foi levada para a sala de reanimação, onde os pediatras a entubaram e começaram todos os testes. As piores previsões logo foram sendo derrubadas. Helena teve no primeiro minuto o Apgar 5, mas logo no quinto minuto o Apagar dela foi para 9. Eu e a Tia Márcia a acompanhamos até a UTI neonatal e lá eles começaram todos os procedimentos.


Voltamos para a sala de cirurgia e os médicos estavam nos últimos cuidados com a Luciana. Houveram alguns procedimentos que tiveram que tomar para que ela pudesse ser liberada para continuar o tratamento e no inicio da tarde ela estava no quarto. Naquele dia escrevi o post “Nasceu Helena Pillar Mateus Gonçalves” e foi tudo muito emocionante. A Luciana estava um pouco zonza ainda, mas foi ela que decidiu o titulo do post. Horas depois a Luciana teria uma parada respiratória, devido ao câncer, e subiria em estado de emergência para a UTI adulta. O pior parecia acontecer mas algo no meu coração mostrava o contrário. Aquele era para ser um dia de milagres. Conversando com o médico da UTI depois, ele me falou que foi isso que aconteceu com a Luciana. Ela ter sobrevivido já era um milagre. Depois de me “expulsarem” da UTI (eu enchia a paciência de todo mundo para ficar lá), eu fui à UTI neonatal ficar com a Helena. Ainda estava com a roupa do centro cirúrgico! Chegando lá vi que a Helena estava sem o respirador e estava bem tranqüila. A enfermeira veio até a mim e com um sorriso falou: Paizinho, a sua filha está ótima e é linda! Mal conseguia segurar a emoção (ainda hoje é difícil segurar) de vê-la dentro da incubadora, toda cabeludinha, tão pequena e ao mesmo tempo tão forte. Aquele foi um dia que ficou marcado para sempre nas nossas vidas.


Meus amigos, eu teria muito mais coisa para contar sobre aquele dia, sobre tudo o que sentíamos e sonhávamos. Muita gente realmente acreditava que a Luciana não resistiria. Muita gente vinha tentando me consolar, me preparando para o pior. Mas algo no meu coração dizia que ainda não era a hora. E não foi. Mesmo que o pior tivesse acontecido quatro meses depois, a data de hoje é lembrada pelo nascimento da Helena e pela oportunidade que Deus concedeu de termos a Luciana por mais tempo aqui conosco.


Um grande abraço meus queridos amigos. Fiquem com Deus!

Woltony, Luciana (eternamente), Pedro (agora com 3 anos!) e Helena (agora com 1 aninho)

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Parabéns meu filho pelo seu aniversário!!!!


Hora de soprar a velinha!




Abrindo presentes em casa!





Recebendo uma visita especial para cantar parabéns na escola!



Oi amigos,



O dia de hoje é muito especial. É tão especial que eu nem consigo mensurar o quanto é especial. Hoje é o dia que comemoramos o aniversário de 3 anos do meu filho. Sabe, é tão emocionante falar “meu filho” que eu nunca conseguiria traduzir isso em palavras! Hoje então eu olho para trás e lembro que há três anos nascia Pedro Augusto Mateus Gonçalves.


Eu fico pensando o quanto é especial você constituir uma família, casar e ter filhos. Querendo ou não os filhos são uma extensão nossa, um símbolo do amor e da união entre duas pessoas e que dependem tanto de nós que não conseguimos mais separar as nossas vidas das deles. Tirando o amor por Deus, o único amor que eu conseguiria dizer que seria maior que o meu amor pelos meus filhos é o amor pela Luciana. Nem sempre as pessoas acreditam nisso quando falo, mas sinceramente não me importo. Isso em nada diminui o que sinto, tanto por ela quanto por eles.


O Pedro é o nosso primeiro filho e veio de uma forma muito especial. Eu e a Luciana nos casamos em setembro de 2005 e mesmo antes de casados sempre adoramos crianças. Sempre fomos daquele tipo que fica puxando papo com qualquer criança, independente do lugar. Logo no início de 2007 a Luciana falava para mim, toda vez que víamos um bebe: “Amor, eu quero um bebê!”, e logo dava uma risadinha que só ela sabia dar. Eu também queria, mas algumas indefinições no trabalho e a possibilidade de ficar sem emprego me fizeram pedir para ela esperar um pouco. Enfim, realmente eu fiquei sem trabalho e acabei indo trabalhar, de uma maneira temporária, em um projeto nos Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro. Era ruim ficar longe da Luciana, mesmo que fosse por apenas 3 meses, mas conversamos muito a respeito e acabei aceitando. Em um dos fins de semana que voltei, a Luciana comprou um teste de farmácia sem me avisar. O engraçado foi que eu sou tão lento, que ela pediu a minha carteira, foi na farmácia comprar, voltou e eu nem desconfiei. Estávamos nos arrumando para uma festa junina quando ela me chama lá do banheiro, com a voz nitidamente alterada. Eu pensei que ela queria que eu arrumasse o chuveiro, mas ela me abre a porta com o teste na mão e dizendo : “Amor, eu estou grávida!”. Eu demorei aqueles segundos clássicos para entender o que estava acontecendo, mas depois a gente só conseguia se abraçar e ficar com aquele sorriso bobo. Logo fomos correndo fazer o exame de sangue e no laboratório mal conseguíamos conter a excitação! Nesse dia tínhamos uma festa junina na casa do meu cunhado e ficamos lá...com a cabeça no resultado. Eu até brincava com ela que caso o resultado desse negativo a gente tinha que começar a tentar desde já, porque agora eu já havia incorporado a paternidade. Enfim...duas horas depois saiu o resultado e ali sabíamos que um presente de Deus acabara de ser confiado a nós.Isso foi no dia 23 de Junho. No dia 24 de Junho, véspera do aniversario do Juliano, aproveitamos o almoço de família para contar para todo mundo. Foi lindo...uma choradeira só! O tão esperado netinho (a) estava a caminho.


Fizemos uma surpresa então para cada pessoa da família e assim todos puderam comemorar conosco essa dádiva. Um tempinho depois, enquanto eu ainda estava no Rio, a Luciana teve um descolamento e teve que ficar em repouso. Ela teve alguns episódios de sangramento importantes e eu confesso que não consegui ficar trabalhando no Rio enquanto ela estava aqui em Brasília. Eu pensava que não me perdoaria nunca se algo acontecesse com ela e eu estivesse longe. Assim, eu pedi demissão e vim para acompanhá-la. Foi um período difícil financeiramente, mas logo eu comecei a dar aula em uma faculdade e depois, com a Luciana já livre de qualquer risco, Deus me deu a oportunidade de ter outro trabalho, além das aulas.

O resto da gravidez foi uma maravilha só. Conseguimos fazer algumas viagens e curtimos muito cada momento. Tiramos várias fotos, fizemos o enxoval e era lindo ver a Luciana, com aquele barrigão, escolhendo cada pecinha, pensando em cada detalhe do quartinho dele, das roupinhas e de todo o resto.


Ela fazia curso de hidroginástica para gestante, íamos a todas as palestras possíveis e imagináveis, comprávamos livros e assim íamos nos preparando para o parto. O dia do parto foi inesquecível! A Luciana queria parto normal mas como não houve dilatação acabou que o parto foi cesárea. Ela bem que tentou...ficou quase 36 horas sentindo contrações, mas nada de dilatação. O médico teve até um pouco de dificuldade para tirar o Pedro, mas o nosso menino nasceu às 15:36, com 50 cm e pesando 3.835kg. Eu acompanhei o parto e vi direitinho a hora que ele saiu e o sorriso emocionado da Luciana ao escutar o seu choro e ao vê-lo. Lembro como se fosse hoje ela falando, entre um soluço e outro: “Meu filho...”.


Bem, após isso eu fui ficar com o Pedro na maternidade e a Tia Márcia ficou com a Luciana. Lembro da Luciana falar para mim: “Não tira os olhos dele!”. E aí eu fiquei toda hora com ele...conversando com ele. Tão bonitinho quando ele se acalmava com a minha voz. Um tempinho depois a Luciana foi para o quarto com ele e logo toda a família estava lá reunida, transformando aquele quarto, aquele momento, em algo único!


Enquanto escrevo, eu lembro de vários outros detalhes, vários outros fatos que não escrevo aqui porque o texto ficaria muito longo. Penso em escrever depois tudo isso para o Pedro, para que tenha um registro de tudo o que eu e Luciana pensávamos na época. Penso em também fazer a mesma coisa para a Helena, para que ela saiba que também foi muito amada e muito desejada, em todos os momentos.


Amigos, vou ficando por aqui! Obrigado por compartilharem esse momento tão especial das nossas vidas! Aproveito para deixar um versículo que tocou o nosso coração assim que eu voltei do Rio para Brasília, e que para nós foi a certeza que o descolamento não havia prejudico o nosso bebe. Está no Salmo 86: 15-17


Porém tu, Senhor, és um Deus cheio de compaixão, e piedoso, sofredor, e grande
em benignidade e em verdade.
Volta-te para mim, e tem misericórdia de
mim; dá a tua fortaleza ao teu servo, e salva ao filho da tua
serva.
Mostra-me um sinal para bem, para que o vejam aqueles que me
odeiam, e se confundam; porque tu, SENHOR, me ajudaste e me consolaste

Um grande abraço a todos e fiquem com Deus!

Woltony, Luciana (eternamente) , Pedro e Helena
PS: As fotos acima são da comemoraçao do Pedro na escola e do parabéns que cantamos para ele hoje aqui em casa, no próprio dia do aniversário dele.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Casa nova...emprego novo...babá nova...

Oi amigos,

Desculpa a demora em escrever o post, mas essa semana está sendo um pouco corrida! Meio que sem querer, muitas coisas coincidiram de acontecer em Fevereiro e acabou que muitas delas se concretizaram entre a semana passada e essa semana. Com todas essas mudanças vieram também algumas situações novas que estamos tendo que lidar.

Eu falo “estamos” porque a mudança para o novo apartamento trouxe um novo mundo para mim e para o Pedro principalmente. Também foi (e ainda está sendo) uma coisa difícil para os meus pais, que ficaram tanto tempo com o Pedro e agora não tem mais o Fanfarrão para ocupar todos os cantos da casa. Em compensação, eles sabem que era o melhor a ser feito e todo o dia passam em casa para matar um pouco a saudade.

Em relação às mudanças, fazendo uma breve compilação da última semana, nós nos mudamos de casa, a babá antiga do Pedro (a Quica) foi embora, começou uma nova babá e eu comecei no meu novo emprego, com uma outra rotina de trabalho e de horários. Essa nova rotina inclusive me fez repensar sobre o horário da escola do Pedro, pois atualmente ele estuda de manhã e agora eu estou trabalhando de 12:00h às 19:00h. Não sei se foi por isso, mas ele começou a reclamar mais para ir para a escola e na terça feira ele chorou muito, dizendo que não queria que eu fosse trabalhar. Mesmo depois ele se acostumando, achei por bem trocar uma idéia com a direção da escola e assim, explicando todo o histórico do Pedro, tudo o que ele passou e vem passando, e a própria direção concordou em trocá-lo de horário. Ele também tem se mostrado mais apegado a mim do que o de costume. É bem bonitinho ver ele me abraçando quando chego em casa, sentando ao meu lado e encostando a cabeça no me colo. Apesar disso, eu e a Luciana sempre quisemos que ele crescesse de uma maneira segura e independente e é isso que tenho pedido a Deus ultimamente... pedido que Ele mostre o melhor caminho, o melhor arranjo para que agora eu, o Pedro e a Helena voltemos a ser uma família. Esse sempre foi o nosso sonho e uma das nossas maiores prioridades.

Tenho voltado a ler vários livros sobre educação de crianças e tenho me concentrado em dois. Um deles chama-se a Autoestima dos seus filhos e o outro chama-se Criando meninos. Esse último a Luciana me deu quando descobrimos a gravidez do Pedro e o outro eu comprei após ler uma reportagem sobre ele. A Luciana sempre brincava que eu logo comprava um livro para me inteirar sobre qualquer assunto e esses dias tenho pensado sobre a educação do Pedro, da Helena e também a questão do meu luto. Acho que essas são as coisas que mais tem requerido a minha atenção e a minha preocupação hoje em dia.

Amanhã nós cantaremos os parabéns para o Pedro lá na escolinha e no domingo será a festinha do aniversário dele. Apesar dele e da Helena fazerem aniversario em datas bem próximas, eu preferi fazer festas diferentes, para que possamos comemorar cada momento de uma forma especial. Ele está todo animado falando da festinha dos super heróis que ele terá! Assim que eu estiver com as fotos eu coloco aqui!

Um grande abraço meus amigos e fiquem com Deus!

Woltony, Luciana (eternamente), Pedro e Helena

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Jantar de casa nova e Aniversário do meu pai



Um brinde à nova casa!





Eu e Pedro já no fim de festa!
Oi amigos,

O post de hoje é em especial para comemorar dois eventos muito importantes que aconteceram essa semana. O primeiro é o aniversário do meu querido paizinho, que assoprou velinhas nesse último dia 10 de fevereiro, e o outro acontecimento foi que enfim eu me mudei para a casa nova com o Pedro, sendo que hoje fizemos um jantar de “inauguração” do nosso novo cantinho.

O aniversário do meu pai é sempre uma data muito especial para nós, por tudo o que ele sempre representou. Posso dizer que o meu pai sempre foi um grande exemplo para mim, em diversas áreas. Sempre digo que se eu for um pai como ele, eu me darei por satisfeito, pois em vários momentos da minha vida ele foi o meu exemplo e inspiração. Uma coisa bem legal da minha relação com o meu pai é que hoje somos grandes amigos, além de pai e filho. Constantemente estamos nos encontrando em algum lugar para tomar um “cafezinho” e conversar sobre tudo, desde coisas pessoais a coisas profissionais. Outro ponto que o meu pai foi ótimo foi nesse período do tratamento da Luciana. Ele sempre procurou estar comigo, se mostrando sempre presente em todos os momentos. Aturou vários momentos onde eu estava sem paciência e foi ele que esteve comigo quando eu tive que resolver as “burocracias” no dia que a Luciana faleceu, incluindo toda a papelada para fazermos o enterro aqui em Brasília. Por isso e por tudo o que ele já me ensinou, é que eu agradeço a Deus o pai que eu tenho...parabéns paizão! Te amo!

A outra novidade é que na última quarta feira eu e o Pedro nos mudamos para a casa nova. Foi muito emocionante ver a empolgação dele ao reencontrar os antigos brinquedos, ao ver o novo quarto. Só explicando, a Helena ainda não veio porque queremos fazer a transição dela com um pouco mais de cuidado, para ela não estranhar muito. Para celebrar a nossa mudança, eu hoje fiz um jantar de “casa nova” e convidei toda a nossa família. Fiz uma coisa que também eu não fazia há muito tempo que era cozinhar. Nada de tão diferente...somente uma lasanha e uma sobremesa de doce de leite. Pelo menos todo mundo falou que gostou...rsrs. Foi um momento muito emocionante quando nos reunimos para fazer uma oração, pois não teve como não lembrar da Luciana. Aliás, eu lembrei muito dela o dia todo, pois ela adorava quando recebíamos visitaz para jantar. Ela adorava arrumar a casa, colocar guardanapos novos de pano, escolher todos os detalhes da decoração. Lembro dela ao meu lado, conversando enquanto eu cozinhava e muitas vezes me ajudando a preparar alguma coisa. Era sempre dela o toque final...sempre.

Em relação ao apartamento, eu fiquei muito feliz com a decoração e todo mundo também aprovou as mudanças feitas. Acho que ficou uma coisa com a nossa cara, do jeitinho que sempre gostamos. Procurei colocar algumas fotos que dão uma idéia de como ficou o apartamento. Eu falo “nossa cara” porque eu e a Luciana combinávamos muito no estilo de decoração, então procurei passar isso para a arquiteta que fez o projeto e ela soube fazer tudo direitinho. Ao fim, acho que a Luciana aprovaria tudo o que foi feito. Aos poucos eu vou colocando fotos novas dos outros cômodos e publico aqui.

Meus queridos, gostaria de deixar um versículo que recebi hoje. Gostei muito e resolvi compartilhar com vocês! Está no livro de Isaías, no capítulo 58 versículo 11

O SENHOR te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e
fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado e como um manancial cujas
águas jamais faltam.

Um grande abraço meus amigos. Fiquem com Deus!


Woltony, Luciana (eternamente), Pedro e Helena

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011


Eu e meus pais hoje durante a posse. Bonitinho como eles estavam orgulhosos.


Oi amigos,



Uma coisa que eu e a Luciana sempre comentávamos era que as fases da nossa vida eram bem delimitadas, geralmente com vários eventos importantes na transição de uma fase para outra. Foi assim quando casamos, foi assim quando nos mudamos para o nosso primeiro apartamento (emprego novo para mim e para a Luciana), quando nos mudamos para o novo apartamento (gravidez do Pedro) e nem preciso comentar as coisas que vieram junto com a gravidez da Helena. Pensando agora nos últimos acontecimentos vejo que uma nova fase está para começar. Hoje duas coisas importantes aconteceram. Uma delas foi que tomei posse no concurso que passei e a outra foi que a reforma do apartamento chegou praticamente ao fim, sendo que os detalhes que faltam não nos impede de mudar.



Falando sobre o concurso, acho que comentei por aqui que quando fui chamado não consegui sentir aquela alegria toda que o momento pedia. Via todo mundo me dando os parabéns e procurando me deixar feliz, mas no meu íntimo eu não conseguia achar o ânimo necessário para comemorar. Não que eu estivesse desdenhando ou mesmo menosprezando... muito pelo contrário. O que eu acho que faltou (e ainda falta) era aquela ligação, era escutar a voz dela toda animada me fazendo mil e um elogios. Era bonitinho que cada coisa que eu conquistava ela fazia questão de contar logo para todo mundo, não sem antes colocar alguns superlativos no meio da história. Era engraçado porque eu achava que tinha gente que pensava que eu era um gênio, tamanha a propagando que ela fazia de mim. Voltando ao concurso, eu não estava nessa empolgação toda, mas foi bonitinho que os meus pais estavam e fizeram questão de ver a minha posse. Por mim eu até iria sozinho, mas não tinha como negar um pedido deles. Na hora eu me coloquei na posição de pai, e entendi perfeitamente o desejo deles me acompanharem. Uma outra coisa que acordei pensando foi em algo que a Luciana sempre me dizia nesses momentos. Se eu estava sozinho em algum lugar (exemplo: numa viagem a trabalho), ela sempre me incentivava a sair e conhecer lugares novos. Ela sempre dizia “ Meu bem, vai lá…não perca a oportunidade de fazer isso. Aproveite que você está aí...”. Eu hoje imaginei que a sua vontade seria algo parecido com: ”Meu bem...aproveite esse momento! Curta lá junto com os seus pais. Eu estou muito feliz por você!”. Coincidência ou não, depois disso o meu coração mudou e comecei a aproveitar mais esse presente que Deus está me concedendo.



Em relação ao apartamento, eu confesso que estou muito orgulhoso de ver como ele está ficando. Tudo bem que teve o projeto das arquitetas, que foram pessoas sensacionais comigo durante todo o tempo. Souberam me ouvir e respeitar a minha vontade, principalmente no que se referia ao gosto da Luciana com a casa. Quando vejo como o apartamento ficou bonito, chega fecho os olhos de saudade, ao imaginar como ela ficaria feliz ao ver o nosso cantinho, principalmente agora com as crianças. De alguma forma, que ainda não sei explicar bem com palavras mas que o meu coração entende perfeitamente, sei que ela estará conosco nesse novo lugar.



As crianças continuam lindas como sempre! Pedrinho teve uma leve bronquite esses dias e ficou afastadinho da escola. Hoje ele já está melhor, mas o pediatra ainda pediu para vê-lo na quinta feira, antes de liberá-lo para as aulas. Ele continua se desenvolvendo super bem e tem andado super carinhoso, especialmente comigo e com a Helena. Conversando hoje com o pediatra ele falou que essa convivência do Pedro com a Helena será algo magnífico e que ele terá um papel muito importante na educação da Helena, uma vez que ele irá “ensinar” muitas coisas para ela. Segundo o pediatra, ele será um grande parceiro meu, uma vez que ele adora a irmã. A Helena agora começa a demonstrar que está chegando quase no ponto de começar a andar. Claro que ainda falta um pouquinho mas ela já gosta de dar os seus passinhos caminhando pela casa, sempre com alguém a segurando. Ela adora quando está ao lado do Pedro, tentando chamar a atenção dele de todas as formas.



Essa semana também começa uma nova babá para as crianças. Ela tem ótimas referências e eu sinceramente tenho pedido a Deus que dê certo, uma vez que a Quica (a babá atual do Pedro) pediu demissão para voltar para a cidade dela. Esse assunto babá é sempre um ponto de ansiedade, mas tenho pedido muito a Deus que nos ajude nisso também.



Já deu para perceber que muitas mudanças estão acontecendo né? Isso porque eu nem falei nas coisas da festinha do Pedro e da Helena, no que tenho visto e contratado. Hoje mesmo eu fui fazer uma degustação de bolo e bombom para a festa deles com a empresa que fez os doces da época do nosso casamento. Foi muito emocionante pode relembrar algumas coisas e ver o quanto a Luciana era querida. São saudades ao mesmo tempo doloridas porém boas, pois fazem parte dos anos mais felizes que tivemos.



Um grande abraço meu amigos e fiquem com Deus. Que Deus abençoe a semana de todos!

Woltony, Luciana, Pedro e Helena

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Para quem iremos?


Família reunida! Na ordem: Dany, Pedro, eu, Juliano, Helena, Luana, Bruno, Guilherme e Michelle



Oi amigos,


Nesse processo de luto e viuvez que venho vivendo, tenho me deparado com uma realidade bem diferente daquela a qual eu estava acostumado. É impossível dizer que eu sou o mesmo de antes da Luciana falecer ou o mesmo da época da missa de 1 mês de falecimento dela. Assim como tudo está sempre em constante transformação, essa nova realidade me obriga muitas vezes a mudar também, a me adequar a uma nova realidade, mesmo que contra a minha vontade.



Lembro muito bem que um dos meus maiores medos nas primeiras semanas foi eu me transformar em algo que eu não era. Eu me sentia completamente perdido, sem saber bem o que fazer ou para onde ir. Os dias passavam se arrastando e eu procurava não pensar em muitas coisas...aliás, eu nem precisava me preocupar em ter o que pensar, uma vez que um turbilhão de pensamentos sempre rondava a minha cabeça. Um livro que me ajudou nessa nova fase foi o “Em busca de um sentido”, do Viktor Frankl. Como o nome do livro diz, é preciso descobrir um sentido nas coisas, uma nova missão que lhe transmita um sentido para a vida. E aí vem a pergunta...que missão será essa? Responder a essa pergunta me remetia a uma outra, mas agora envolvendo um lado espiritual, envolvendo a minha fé. Qual propósito Deus teria para mim e para todos nós que ficamos, uma vez que Ele permitiu que a Luciana, que a minha esposa, que o meu grande amor partisse e voltasse para junto dEle? Ficava uma tranqüilidade em saber que a missão da Luciana havia chegado ao fim e que mesmo com todo o sofrimento de vê-la partir, sentia que Deus agora tinha reservado um lugar melhor para ela. Claro que essa tranqüilidade era sempre permeada por momentos de incompreensão e a saudade me fazia muitas vezes perder a cabeça, perder o senso de direção e até mesmo questionar Deus de ter feito tudo dessa forma. Eu me sentia muitas vezes tão desorientado que acho que nem conseguia receber direito a ajuda de Deus, a ajuda das pessoas que estavam ao meu lado, como aquela pessoa que está se afogando mas que não pode ser socorrida enquanto está se debatendo. Só quando ela se acalma que ela pode ser ajudada.



Acho que hoje eu estou me aproximando de um momento desses, um momento de tentar me acalmar para escutar melhor o que Deus tem para mim. Não que as lembranças hoje sejam menos freqüentes ou menos doídas. Tem hora que parece que faz apenas uma semana que ela se foi e ainda me pego com um olhar perdido de saudade. Mas quando olho para trás e vejo quantas coisas aconteceram, quantas momentos difíceis já passaram eu penso em como Deus tem nos ajudado. Quando olho e vejo o apartamento quase pronto, quando vejo as fotos do ensaio da Helena e penso que mais uma etapa da festinha dela foi cumprida, eu penso que aos trancos e barrancos as coisas estão acontecendo e que ela ficaria orgulhosa de ver como tudo está indo. E são nessas horas que eu me viro para Deus e vejo a sua grandeza, pois mesmo eu ainda não conseguindo responder aquela pergunta do Viktor Frankl, mesmo eu ainda me sentindo tão perdido, sei que Ele vem conduzindo tudo, me dando simplesmente a porção diária de energia e fé para continuar. E aí eu lembro daquele versículo de Pedro, no livro de João, quando ele é questionado por Cristo. Essa passagem está em João 6: 66-69




À vista disso, muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com
ele.
Então, perguntou Jesus aos doze: Porventura, quereis também vós outros
retirar-vos?
Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, para quem iremos? Tu tens as
palavras da vida eterna;
e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de
Deus.


Assim como Pedro, eu também me pego pensando que não tenho para quem ir, a não ser Cristo.



Amigos, que o nosso bom Deus esteja sempre presente na sua vida, protegendo cada momento da sua caminhada.



Um grande abraço,

Woltony, Luciana, Pedro e Helena