domingo, 31 de outubro de 2010

Primeiro dentinho da Helena!



Olha que linda está a minha princesa!





Pedro com uma capa de fralda! (Para ele é a capa do Batman!)
Oi amigos,

Hoje resolvi compartilhar algumas fotos das crianças. Já estava na hora né? É maravilhoso poder ver e acompanhar como eles estão crescendo, como de repente a gente para e pensa: “Meus Deus, como o Pedro está grande!” ou então “Nossa, não dá para acreditar que a Helena está tão esperta!”. Aliás, ontem apareceu o primeiro dentinho da Helena! Todo mundo estava tão radiante que até saímos para comemorar! É um milagre pensar em todas as circunstancias da gestação e do nascimento da Helena e hoje poder testemunhar o seu primeiro dentinho aparecendo. Obrigado Deus por isso!

Ainda falando das crianças, uma coisa que sempre penso e que até acho que já comentei por aqui é a importância da presença delas na vida da nossa família. Com certeza precisamos muito mais deles do que eles da gente! Às vezes paro para pensar e acho que muitas decisões que tomo são muito mais pensando neles do que em mim mesmo...mas também não teria como ser diferente. Tenho sentido o meu lado paternal crescendo cada vez mais. A minha psicóloga fala que eu durante um bom tempo me concentrei mais no meu lado marido, e agora depois de tudo o que aconteceu, é natural que o meu lado paterno venha aparecendo com mais força. Até tenho repensado algumas questões profissionais por conta deles. Enfim, tenho pedido a Deus que me ajude cada dia mais a ser um bom pai para os nossos filhos e que eu, como pai, possa ser um instrumento para eles se tornarem pessoas do bem.

Algumas pessoas me perguntaram sobre como eu me sentia com a proximidade do dia de finados e sendo bem sincero, para mim não muda em nada. Eu acho que um feriado é feito para você dedicar aquele dia para um fim específico. No caso do dia 02 de Novembro, é em especial para aqueles que já partiram. No meu caso, não há um dia, uma hora ou mesmo um minuto em que eu não pense na Luciana, em que eu não deseje tê-la ao meu lado. Assim, o dia de finados acaba sendo um dia como os outros. Para mim tem muito mais significado pensar que no dia 29 de Outubro do ano passado foi o dia fatídico que fizemos o PET/CT e confirmamos o câncer no pulmão, que no dia 30 de Outubro nós fomos para SP com a Luciana mal conseguindo respirar no avião e que no dia 01 de Novembro ela fez a primeira sessão de quimioterapia. Essas sim são datas importantes para mim e que lembro como se fosse ontem.

Amigos, vou ficando por aqui! De coração, que Deus continue sempre a abençoar a vida e todos os caminhos de cada um de vocês.

Antes de terminar queria colocar um versículo que lembrei aqui e que sempre penso em com o a Luciana foi uma esposa que Deus colocou na minha vida.

Provérbios 19:14

A casa e os bens são herança dos pais; porém do SENHOR vem a esposa prudente.

Um grande abraço e fiquem com Deus!

Woltony, Luciana, Pedro e Helena







quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Quatro meses sem o meu amor...

Oi amigos,

Já passa da meia noite e estou aqui, prestes a escrever mais um post enquanto a minha cabeça tenta concatenar algumas idéias nesse dias tão difícil. Hoje faz 4 meses que a Luciana partiu. Ainda tenho dificuldade para falar isso...tento de alguma forma suavizar a expressão, como aquela pessoa que para mexer em um machucado toca bem devagarzinho, já esperando a dor que com certeza vai acontecer.

Poxa vida, mas qual a diferença entre hoje e ontem? Ou entre hoje e amanha? Tecnicamente nenhuma...a não ser a grande diferença que hoje nós lembramos mais claramente como foi o dia 27 de Junho, enquanto nos outros dias parece que os pensamentos são mais misturados entre as lembranças e o presente, entre a falta e a saudade. O meu sogro hoje já acordou chorando, revendo algumas fotos da Luciana. Quando nos encontramos, os olhos já se entreolharam reconhecendo que por trás deles existia uma alma que chorava pela perda de uma filha, de uma irmã, de uma neta, de uma cunhada, de uma nora...de uma esposa. Não tem jeito...a saudade não passa...o vazio não diminui...a dor continua....a gente simplesmente vai aos poucos convivendo com tudo isso.


Hoje levamos a Helena para fazer o teste da orelhinha, exame que ela tem que repetir desde que saiu da maternidade. Como ela não ficava quietinha (ta tão esperta essa princesa!), vamos repetir o mesmo exame na semana que vem. Hoje o Pedrinho estava bem manhosinho...criança quando fica doentinha parece que fica mais manhosinha, não é mesmo? Nada que um bom colinho e umas brincadeiras de cócegas não resolvessem. Hoje graças a Deus ele não teve febre. Daqui de onde estou escrevendo escuto de vez em quando as tosses dele. Com fé em Deus amanhã ele já estará bem melhor.


Essa semana eu viajo novamente. Vou na sexta para Uberlândia e volto no sábado. Às vezes essas viagens cansam um pouco...principalmente por estar longe das crianças. Tenho procurando ficar mais tempo presente com eles, seja com o Pedro ou com a Helena. Ainda é tudo muito louco pensar que acumulo as funções de pai e mãe ao mesmo tempo. Não digo que sou mãe porque esse lugar sempre será da Luciana. Não queria que isso atrapalhasse a formação deles como pessoa e peço a Deus a oportunidade de fazer da melhor forma possível o meu papel, dando o suporte emocional que eles tanto precisam, ajudando e guiando sempre na formação do caráter e dos valores. Agradeço a Deus também por ter familiares que tanto ajudam nisso.


Hoje faz um ano que começamos o blog. Lembro da Luciana perguntar para mim no dia 26 de outubro: “Amor, como se faz um blog?”. Eu nunca tinha feito um, então falei como eu achava que seria e ela pediu a minha ajuda. No outro dia (dia 27 de Outubro), quando acordei ela já estava sentada na frente do computador, toda compenetrada. Ela me olhou com um olhar de quem estava entusiasmada com alguma coisa e falou: “Baby (ela me chamava muito de baby), vem ver como está ficando o blog!”. Ela nem esperou eu acordar...já foi fuçando e criando esse espaço aqui. Todas as cores e textos iniciais foi ela quem colocou. A única coisa que coloquei depois foi o contador. Ela falava que serviria para se comunicar com todo mundo e manter todos atualizados. Isso sem dúvida foi um dos grandes motivos dela querer criar o blog. O que talvez nem todos saibam é que ela sempre dizia que sentia algo no coração, que sentia que Deus queria que ela compartilhasse essas história com outras pessoas e que criar o blog era algo que Deus colocava no coração dela. O nome veio naturalmente, pois tudo que fazíamos era sempre assinado como lucianaewoltony. Assim, ela sempre repetia para mim: “ O blog é nosso!”. Quando ela escrevia, eu revisava...quando eu escrevia ela revisava. A Luciana sempre escreveu muito bem (muito melhor do que eu), então aos pouquinhos ela foi me dando algumas dicas e me ajudando a escrever de uma forma mais agradável. Nunca imaginávamos que tantas pessoas nos acompanhariam e torceriam por ela, pela Helena, pela gente. Isso com certeza fez muita diferença no tratamento, pois receber todo esse carinho revigorava as suas forças. Parece que eu ainda a vejo, sentada na cama do hospital lendo os recados ou então pedindo para eu ler para ela, quando ela estava se sentindo muito cansada.


Hoje eu olho e não consigo entender como estou aqui, escrevendo para vocês. Quatro meses sem o amor da minha vida são uma eternidade. Não faço mais planos...ou melhor, meus planos se resumem a 24 horas. Continuo vivendo um dia de cada vez.

Amigos, fiquem com Deus. Acho que aproveitei hoje para desabafar um pouco. Obrigado pelo “ombro virtual”.


Um grande abraço e fiquem com Deus!

Woltony, Luciana, Pedro e Helena

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Parabéns pelos seus 8 meses minha princesinha!

Oi amigos,


Como falei em um dos últimos posts, a minha noção de tempo ultimamente está meio prejudicada. Constatei isso hoje, pois não tinha idéia que fazia tanto tempo que eu não atualizava o blog! Tomei um susto até quando percebi a quantidade de coisas que aconteceram nos últimos dias e eu nem coloquei aqui! E o engraçado é que toda hora me pego pensando assim: “isso eu tenho que contar para o pessoal!”.

Esse fim de semana foi a comemoração do aniversário do Guilherme (ou como o Pedro o chama – Guizão). A festa estava linda e todos ficaram muito felizes em ver a alegria do Guilherme e como tudo estava muito bem montado. Nem preciso dizer que a Helena foi uma atração a parte durante a festa né? Muita gente ainda não a conhecia e para aqueles que já a conheciam, não imaginavam que ela já estava tão grandinha! Não tinha uma pessoa que não se aproximasse e não quisesse segurá-la um pouquinho. E ela é tão boazinha que não chorou em nenhum momento...aliás, chorou quando foi a hora do parabéns , pois acabou se assustando com o estouro dos balões. Tadinha...ela começou a fazer aquele biquinho de quem começa a chorar...é tão fofinho mas também corta o coração! O Pedrinho também adorou a festa...não parava de correr! Ele suava tanto que dava gosto de ver o quanto ele aproveitou a festa. Não sei se ele suou muito e pegou friagem depois, o fato é que de sábado para cá ele está meio resfriadinho, com um pouquinho de febre. Hoje, por coincidência, é dia de consulta dele. Vamos ver o que o pediatra vai falar.

Durante a festa, toda hora eu lembrava da Luciana. Nessas ocasiões, ela parecia ocupar todo o ambiente com a sua presença e com o seu jeitinho especial. Ela distribuía sorrisos e conversava com todo mundo. Não tinha quem não se encantasse com a sua presença! Aliás, eu reencontrei alguns amigos na festinha que me falaram justamente isso...em como a Luciana tinha um sorriso lindo e marcante. Acho que quem a conheceu sabe justamente do que estou falando. Ela não só sorria com os olhinhos fechados...ela sorria com o coração.

Eu estava em São Paulo esses dias e fui visitar um casal de amigos (ele está com câncer) que estava lá no hospital onde a Luciana se tratou. Graças a Deus ele está se recuperando, apesar de vermos que nada melhor que pensar em um dia por vez, pois o tratamento também está maltratando bastante o seu corpo. Sem querer, eu acabei reencontrando muitas pessoas conhecidas, entre médicos, enfermeiras, auxiliares e secretárias. Todos queriam saber como eu estava, como estava a Helena e o Pedro. Muita gente conhecia o caso da Luciana e torcia e se preocupava conosco. Fiquei chateado por descobrir que uma das enfermeiras que havia cuidado da Luciana havia falecido, em virtude de um acidente de carro. Lembro muito do jeitinho alegre dela, conversando com a Luciana sobre filhos. Na hora lembrei da frase do meu amigo, que escrevi no último post: “Na verdade, somos todos terminais!”

Principalmente lá no hospital, muita gente se aproximou de mim e disse que eu parecia estar muito forte, que não sabiam como eu conseguia voltar ao hospital, voltar ao andar onde a Luciana passou os seus últimos dia e como eu estava conseguindo tocar algumas coisas da minha vida, apesar do pouco tempo de partida da Luciana. Eu nem sei o que responder e na verdade é até um pouco irônico porque a última coisa que tenho me sentido nesses últimos tempos é forte. Procuro simplesmente não pensar nisso e ouvir um pouco o meu coração. Pode até parecer um contra-senso, mas por mais que seja doloroso, eu consigo voltar ao hospital, porém não consigo ir a vários lugares onde íamos juntos (tem um restaurante inclusive que me dá um aperto no coração só de pensar em voltar lá). Não sei o porquê disso...só sei que consulto o meu coração a cada passo desses e procuro respeitá-lo. Esses dias escutei uma música que me fez pensar como eu estou...vou escrever a letra aqui:

Composição: Nelson Cavaquinho / Augusto Garcez / Cyro Monteiro

Se eu for pensar muito na vida
Morro cedo, amor.
Meu peito é forte,
Nele tenho acumulado tanta dor.
As rugas fizeram residência no meu rosto
Não choro pra ninguém
Me ver sofrer de desgosto.

Eu que sempre soube
Esconder a minha mágoa.
Nunca ninguém me viu
Com os olhos rasos d'água.
Finjo-me alegre
Pro meu pranto ninguém ver.
Feliz aquele que sabe sofrer

Antes de me despedir, queria só deixar que hoje é dia 25 de Outubro, e hoje a nossa pequena Helena está fazendo 8 meses de vida! Parabéns minha linda princesinha!

Ah...uma outra coisa. Alguns amigos escreveram fazendo algumas perguntas. Vou escrever melhor sobre elas no próximo post, mas para adiantar, vou escrever rapidinho. A primeira é sobre onde a Luciana trabalhava. A Luciana se formou em direito e o seu último emprego era como servidora do Ministério Público da União, onde trabalhava como assessora em um gabinete. A outra pergunta é se eu já sonhei com a Luciana. Sim, eu já sonhei algumas vezes com ela. Eu sou muito ruim para sonhar...é muito difícil eu lembrar de algum sonho. Mas já sonhei algumas vezes com ela e foram todas muito boas. Mas confesso que eu gostaria tanto de sonhar mais...

Eu estou pensando em fazer uma pequena biografia nossa em alguns posts. Aí nesses eu aproveito e conto mais sobre o que ela fazia, sobre onde ela estudou, onde trabalhou...

Amigos, um grande abraço e fiquem com Deus! Estou feliz por ter escrito hoje e gostaria de dizer que amo muito vocês...de coração.

Até mais!

Woltony, Luciana, Pedro e Helena

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Bolha de sabão

Oi amigos,


Estou escrevendo novamente de São Paulo. No último post eu estava aqui em virtude do aniversário de um grande amigo nosso, mas hoje estou a trabalho. Essas viagens geralmente são um pouco rápidas, sendo que nesse caso eu cheguei hoje e já estou de volta amanhã. Como eu falei esses dias, voltar para cá sempre me traz muitas lembranças, ainda mais porque o hotel onde estou dessa vez é bem perto do hospital onde fizemos o tratamento.

Falando um pouquinho das crianças, eu poderia hoje começar tentando resumir em uma palavra como eles estão: Viciantes! A cada hora que estou perto deles o tempo parece não existir e tenho que começar a me despedir uma meia hora antes, para ver se consigo sair no horário previsto! A Helena está com um sorriso muito fofo..viciante mesmo! O Pedrinho está numa fase super falante e argumentativa. Esses dias ele até me deu uma bronca e falou que ia me colocar no castigo... no cantinho da disciplina! Tive que me segurar para não rir!

Hoje também é aniversário do meu querido sobrinho e afilhado, o Guilherme. Ele está fazendo cinco aninhos e o Pedro foi lá numa festinha surpresa que fizeram para ele. Ele o chama carinhosamente de Guizão e o bonitinho é que ele sempre tenta imitar o Gui em tudo o que ele faz. Além de imitar, ele defende também o primo! Quando a minha irmã tem que dar uma alguma bronca, ele logo vai em cima dela e diz: “Não faz assim com o Guizão!!!”. É muito cheio de personalidade né?

Esses dias tenho pensado muito sobre o câncer e sobre tudo o que essa doença traz com ela. Eu li muita coisa sobre câncer, de livros e artigos técnicos a textos religiosos, passando também por livros de histórias de pessoas que tiveram câncer. Sem querer entrar no mérito de cada um deles, uma coisa que a gente percebe é que não tem uma pessoa que não saia mudada ou diferente depois de ter estado em contato com o câncer. Além do próprio peso que essa palavra traz, ela também traz uma outra coisa, que vem como um soco na boca do estômago ou como um choque entre dois trens: ela mostra que no fundo somos muito vulneráveis, que vivemos numa bolha de sabão que a qualquer momento pode estourar, e não numa bolha de aço, onde nos achamos indestrutíveis e eternos. Há um ano atrás, estávamos fazendo a punção que dois dias depois indicou que a Luciana poderia estar com câncer. Lembro da gente sentado na sala...da Luciana chorando sem parar e eu ali, parado ao lado dela, sem conseguir pronunciar uma palavra sequer. Total impotência. Só pensava que precisava ser forte...pedia a Deus por isso. Pedia por mim e pela Luciana. Pedia porque sentia que entraríamos na maior luta de nossas vidas! Hoje pensando nisso tudo lembro de uma frase de um grande amigo, que sofria de uma doença degenerativa. Um grande homem. Ele falava assim: “No fundo, somos todos pacientes terminais. A diferença, é que uns são mais conscientes disso do que outros”.

Tenho pensado também em como poder usar tudo o que passei para ajudar pessoas que estão passando por situações parecidas. Ainda tenho a idéia de escrever o livro, mas penso também em alguns outros projetos. Tenho começado a colocar isso para Deus, para que Ele me conduza e me guie nesse sentido, se essa for a vontade dEle.

Amigos, vou ficando por aqui. Talvez hoje o post tenha ficado um pouco denso...peço desculpas, mas era assim que eu estava me sentindo agora a noite.

Um grande abraço e fiquem com Deus. Amo vocês!


Woltony, Luciana, Pedro e Helena

sábado, 16 de outubro de 2010

Em São Paulo

Oi amigos,


Estou escrevendo hoje aqui de São Paulo. Nesse exato momento, estamos aqui no hotel e o Pedrinho e a Helena dormem tranquilamente no quarto. Hoje o pessoal foi dar uma volta na rua 25 de Março e eu e o Mateus ficamos com as crianças aqui.

Até pensei em aproveitar o tempo e tirar um cochilo porém sabe quando o corpo está cansado e a cabeça insiste em não descansar? Toda vez que volto para São Paulo é assim...e estar aqui com as crianças agora me fez pensar em muitas coisas.

Uma delas foi justamente escrever o blog daqui de São Paulo. Quantas vezes a gente falava que estava voltando para São Paulo ou que não agüentava de saudades de Brasília que pensei na ironia que agora é escrever sem tê-la ao meu lado. Aliás, o período aqui em São Paulo foi tão intenso que andar pelo aeroporto de congonhas só me faz lembrar a Luciana. Como ela estava muito cansada, a gente sempre pedia uma cadeira de rodas para que ela se poupasse e ainda assim ela queria ajudar. Sempre falava que dava conta de levar alguma sacola ou mesmo a minha mochila. Ela passava distribuindo sorrisos e procurava passar uma mensagem de ânimo para todos que encontrasse. Nem sempre tinha paciência para usar a peruca e mesmo assim não se importava se os outros olhassem. Claro, isso não era todo dia...às vezes ela usava um lenço ou ficava com a peruca até o calor incomodar (ela era muito calorenta e a peruca esquentava muito). Esse jeitinho dela despertava algo nas pessoas. Algumas vezes a gente percebia um olhar de pena, mas muitas pessoas se aproximavam querendo ajudar, querendo ser simpático com ela. Lembro até de uma vez que estávamos vindo para São Paulo e o comissário fez um sorteio de algumas sacolas ecológicas durante o vôo. Antes do sorteio ele falou baixinho para ela: “Fica tranqüila...uma já é sua!”. Maior marmelada né? Isso sem falar nas inúmeras pessoas que vinham trazendo mensagem de esperança, que diziam que orariam por nós ou que falavam que conheciam algum tratamento e se comprometiam a buscar mais informações. Isso nos tocava tanto que colocava em nosso coração um sentimento que ainda existe muita bondade, que ainda existe muito amor no mundo. E foi isso também que sempre chamava a nossa atenção aqui no blog...o amor que cresce sem fazermos algum esforço. Tem uma frase de um autor chamado Gibran Khalil Gibran que diz que “É belo dar quando solicitado; é mais belo ainda dar sem ser solicitado; mas por haver apenas compreendido." Não tenho nem como agradecer toda a ajuda que vocês nos deram e que continuam dando, quase sempre sem serem solicitados, mas por haverem apenas compreendido.

Hoje durante o almoço conversava com o Mateus sobre como parece que as coisas vão ficando mais difíceis. A gente falava que a saudade vai crescendo e a impressão que dá é que isso vem do fato de sabermos que a Luciana não voltará, que não teremos mais a oportunidade de abraçá-la ou mesmo de escutar a sua voz. Enquanto isso, a vida parece nos empurrar para frente, colocando outros tipos de problemas a serem resolvidos e outros tipos de perguntas a serem respondidas. E o pior é que não adianta se esconder...é com você mesmo que ela está falando e se você não se mexer, as coisas não se resolverão. Difícil é só fazer isso com o coração triste, com a carência de não ter mais a sua alma gêmea ao seu lado, compartilhando todos os momentos da sua vida. Sabe aquela sensação que você está dançando com alguém e de repente essa pessoa sai e você fica ali, no meio do salão, sozinho, vendo todos dançarem enquanto a música ainda continua a tocar. Pois é, às vezes parece que me sinto assim.

Amigos, não quero ficar passando uma imagem de tristeza somente. Apesar de tudo, sinto que Deus tem nos conduzido e proporcionado diversas coisas boas. Tenho conhecido pessoas maravilhosas e mesmo aos trancos e barrancos, muitas coisas boas tem acontecido. Só o fato das crianças estarem ótimas já me deixa feliz e agradecido. Além disso eu voltei a trabalhar e estou colocando aos pouquinhos as coisas em ordem lá em casa. Tenho também feito um acompanhamento com uma psicóloga que também tem me ajudado, até porque tudo no luto é muito confuso. Parece que a quantidade de emoções envolvidas é muito maior do que você pode suportar. E outra coisa que me ajuda muito é escrever aqui...aliás, hoje foi um exemplo típico. Acho que chego agora nas últimas linhas me sentindo muito melhor do que quando comecei a escrever!

Ah, não esqueci dos pedidos para colocar fotos novas! Vou providenciar umas fotos mais recentes das crianças para colocar.

Antes de terminar, vou contar só uma pérola do Pedro. Hoje a gente assistia Discovery Kids e estava passando uns macacos, mais precisamente um orangotango. Como eu achei que ele não saberia o que era, eu falei assim: “Olha filho, o tamanho do macacão!”. Com um olhar de quem queria me ensinar algo ele se vira e diz: “Papai, isso não é um macaco, é um MORANGOTANGO!”. Bom de mais né?

Um grande abraço a todos, um ótimo fim de semana e fiquem com Deus!

Woltony, Luciana, Pedro e Helena

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A música dos anjos

Oi amigos,


No último post, onde eu escrevi uma homenagem à minha irmã, eu me esqueci de desejar um feliz dia das crianças antecipado. Agora um pouquinho atrasado, eu queria desejar para todos um feliz dia das crianças e aproveitar para começar esse post contando como foi o primeiro dia das crianças com a Helena, porém sem a Luciana.

Existem algumas datas que a gente fica receoso quando a mesma se aproxima e eu até pensei que o dia das crianças seria mais leve do que, por exemplo, o dia dos pais. Na minha cabeça o foco seriam as crianças e na idade que elas estão seria um dia como qualquer outro. Procurei fazer as mesmas coisas que fazíamos....ir ao shopping, comprar os presentes e fazer uma programação bem família com eles. Fiquei super animado também porque uma amiga nossa, de um antigo trabalho da Luciana, nos chamou para passar o dia 12 na casa dela, pois eles estavam organizando uma verdadeira festa para a criançada. Foi tudo muito bom, se não fosse aquela sensação, aquele desejo que ela estivesse lá para curtir cada momento ao lado das crianças. Entregar os presentes foi um pouco doloroso...saber que era muito melhor quando era feito a quatro mãos, poder ver os olhinhos dela brilhando ao ver as crianças se divertirem e sentir que éramos abençoados por Deus nos ter contemplado com tão lindos filhos não tinha preço. Estar ao lado dela não tinha preço. E eu senti isso no coração até o último minuto ao lado dela.

Esses últimos dias tem me feito recordar algumas coisas, alguns fatos que aconteceram no ano passado. Foi na madrugada do dia 11 para o dia 12 de outubro que a Luciana foi internada pela segunda vez. Quando eu lembro da confusão daqueles dias, de ver toda a dor que ela passou e da falta de entendimento dos médicos que a acompanharam, um aperto muito grande aparece no meu peito. Até hoje me vem uma sensação de impotência muito grande frente a todas essas coisas. Como eu queria ter evitado cada sofrimento! Saber que ela foi forte o tempo todo me deixa muito orgulhoso da forma como ela passou por tudo, mas também me traz uma sensação de desânimo...de impotência...mesmo um ano depois.

Hoje estava pensando sobre a certeza da finitude da vida. Esses dias li que nossas vidas se parecem com músicas...uma música que toca para sempre é uma música chata...um dia ela tem que acabar. E fiquei pensando na vida do meu amor...em que música linda ela foi. Lembrei de algumas músicas clássicas que gosto (por favor...não sou nenhum erudito....vou do brega ao clássico...rsrsrs). Lembrei do Lago dos cisnes, tão envolvente em alguns movimentos. Lembrei do Bolero de Ravel, onde a cada instante um instrumento novo é colocado dentro de uma mesma variação até que toda a grandiosidade da música acaba. Comparar a vida da Luciana a qualquer música seria uma injustiça, pois nada seria tão bonito quanto ela e quanto a vida que ela viveu. Acho que só onde ela estiver agora poderá haver uma música tão bela....talvez uma música dos anjos.

Antes de me despedir, queria compartilhar um versículo que li hoje. Tenho pensado em quanto Deus se importa conosco, mesmo permitindo que coisas ruins, coisas que nos machucam tanto possam acontecer.


Romanos 8:31 e 32

Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra
nós?
Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o
entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?

Sexta feira estamos indo para São Paulo, para comemorarmos o aniversário de um grande amigo nosso. Helena ja foi hoje com o Mateus e com a Tia Márcia enquanto a Luana, o Pedro e eu iremos na sexta. Esperamos mandar notícias em breve!

Um grande beijo e fiquem com Deus.


Woltony, Luciana, Pedro e Helena

domingo, 10 de outubro de 2010

Parabéns para alguém muito especial...

Oi amigos,


No post de hoje eu resolvi fazer uma coisa diferente...uma pequena homenagem para alguém que talvez eu nunca tenha falado muito. O post de hoje é para homenagear a minha querida irmãzinha Michelle, que hoje está fazendo aniversário. Esses dias, conversando com uma amiga, vi que realmente falo muito pouco sobre a minha irmã ou mesmo sobre os meus pais, e o dia de hoje é uma ótima oportunidade para falar um pouco sobre essa mulher tão especial para mim.

Para quem não nos conhece, eu sou 3 anos mais velho que a Michelle (a quem eu chamo de Chelle) e somos apenas nós dois de irmãos. Desde pequenos sempre fomos muito unidos...onde eu estava ela estava também. Brincávamos juntos e sempre fomos muito cúmplices em tudo que fazíamos. Se havia algum problema com o meu pai ou com a minha mãe, sempre procurávamos um ao outro. Éramos tão unidos que nas viagens que fazíamos sempre pensavam que éramos namorados! Para a minha sorte, a Michelle e a Luciana sempre se deram muito bem e freqüentemente elas emendavam horas de papo que eu ficava até sobrando...rsrsrs. Desde que descobrimos o câncer, a Chelle sempre esteve presente, tanto fisicamente quanto em orações e agora, depois que a Luciana faleceu, ela talvez seja uma das pessoas que mais se preocupe em saber como estou e em procurar me ajudar a passar por isso tudo. Ela talvez seja quem atualmente mais me conheça...por isso e por todos os inúmeros momentos bons que já tivemos maninha, só tenho a agradecer a Deus por você existir. Meus parabéns pelo seu aniversário!

As crianças estão ótimas, graças a Deus. A Helena está surpreendendo todo mundo com a comidinha...ela já abre a boca antes da comida chegar! Está adorando mamão com banana e até o leitinho, que antes ela tomava pouco, agora já está tomando bem. O Pedrinho está muito lindo e muito carinhoso. Esses dias ele me deixou super emocionado, pois assim que cheguei ele gritou “O papai chegou!” e ficava apontando para todo mundo dizendo “Esse é o meu papai!”. Aí não tem como não se derreter né?

Hoje seria um dia que comemoraríamos mais um mês de casados e, além desse fato, toda essa movimentação hoje por conta da festa surpresa da Chelle me fez lembrar muito a Luciana. Um dos lugares onde eu fui comprar os salgadinhos era uma confeitaria que a gente ia muito e que eu nunca mais havia voltado. Todas as meninas de lá adoravam a Luciana e ficaram muito comovidas quando souberam do que ela estava passando. Assim que eu entrei para fazer a encomenda, já percebi uma movimentação entre eles e logo eu estava conversando com quase todas, explicando o que havia acontecido. Claro que foi muito difícil não se emocionar com a conversa, porém ver todo o carinho demonstrado para com o meu amor me fez pensar em como ela cativou todos por onde passou e como para mim sempre foi um privilégio tê-la como amiga, namorada, esposa e mãe dos meus filhos.

Amigos, antes de me despedir queria deixar um versículo que já colocamos outras vezes, mas que tem me feito olhar para Deus com um novo olhar de esperança:

Romanos 8: 35 – 39

Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a
angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a
espada?

Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte
todo o dia; Somos reputados como ovelhas para o matadouro.

Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores,
por aquele que nos amou.

Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem
os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o
porvir,

Nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra
criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso
Senhor.


Um grande abraço meus queridos amigos. Que Deus abençoe sempre cada um de voces!


Woltony, Luciana, Pedro e Helena

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Cartas e Retratos

Oi amigos,


Essa semana para mim começou um pouco diferente das outras. No domingo, dia das eleições, eu viajei para São Paulo para alguns compromissos de trabalho. Foi uma daquelas viagens curtas porém cheias de atividades. Apesar de ter ficado pouco tempo, eu voltei muito pensativo. Aliás, ultimamente essa é uma das coisas que mais tenho feito...pensar.

Lá em São Paulo eu tive a chance de fazer algo que queria há muito fazer, porém estava com medo. É, a palavra certa talvez seja medo mesmo. Eu fui a um dos restaurantes que nós mais gostávamos de ir, um restaurante de comida japonesa. Em algumas oportunidades nós até já havíamos comentado sobre esse restaurante, pois um dos garçons se tornou um verdadeiro amigo nosso, um dos anjos que nos ajudou em São Paulo. Como queria muito vê-lo, resolvi ir mesmo assim. Apesar de não ter ido sozinho, em vários momentos senti aquela solidão, aquela que faz você se sentir só mesmo quando está acompanhado. Olhar a mesa onde sentávamos, o sofá onde a gente conversava enquanto a comida não chegava e onde ela descansava a cabeça no meu ombro, quando se sentia cansada...foi tudo muito emocionante. De qualquer forma, foi bom rever o meu amigo e poder receber o seu abraço. Senti novamente aquela sensação que Deus olha por nós usando os seus filhos.

A Helena e o Pedrinho estão ótimos. Depois do último post muita gente comentou que as crianças são muito parecidas com a Luciana. Vocês não sabem como eu fico feliz em ouvir isso! Eu não sou muito bom fisionomista, sinceramente, mas sempre brincava com a Luciana que as crianças poderiam ser parecidas com ela. Eu sempre a achei tão linda...

No início desse post eu havia dito que tenho andado pensativo. Na verdade eu acho que sempre fui mais introspectivo, mas talvez esses dias eu esteja mais. No geral eu passo muito tempo sozinho e acaba que durante esse período a cabeça pensa mil e uma coisas. Hoje em especial estava pensando sobre cartas e retratos. Esses dois objetos sempre foram muito presentes nas nossas vidas. Acho que já comentei que quando fui para Campinas, eu e a Luciana sempre mandávamos cartas um para o outro. Havia um certo romantismo nisso, pois diferente do e-mail, na carta a gente reconhece a letra da pessoa, sabe que foi ela mesma que escreveu e a letrinha da Luciana era tão linda, parecia de criança (ela ficava inconformada de eu achar a letra dela bonita...ela mesma não gostava). Eu distinguia de longe algo escrito por ela. Rubem Alves fala também que uma das coisas bonitas em cartas de amor é tocar no papel que antes foi tocado pela pessoa amada.

Em relação aos retratos, eu nem preciso dizer o tanto que gostávamos de fotografia pois a nossa casa sempre foi recheada de porta retratos, com fotos dos mais variados momentos e nos diversos lugares. Apesar de gostar de filmagens, eu particularmente prefiro retratos, pois ao vê-los o filme que se passa é na nossa cabeça, quando lembramos a história que está por trás da foto, o lugar, o que fizemos logo depois do clique ou até mesmo algo inusitado que aconteceu para conseguirmos aquela foto (Eu lembro de uma excursão toda parada, olhando para a Luciana tirando foto enquanto mostrava a barriga de grávida do Pedro!). Hoje eu andei na quadra onde eu e Luciana morávamos. A mesma quadra onde também a gente se conheceu. Andar lá foi como ver ao vivo um álbum das fotos da nossa vida. Ver a banca de jornal onde comprávamos picolé. O banco onde namorávamos. O parquinho onde brincávamos com o Pedro. A floricultura onde eu comprava flores para ela. A lanchonete onde tomávamos café antes de ir para o trabalho. Escutar as cigarras cantando (agora em Brasília começa a época das cigarras e na Asa Sul elas dominam o ambiente). Isso sem falar no apartamento onde morávamos. É triste saber que essas fotos, esse momentos, daqui para frente não terão mais ela...mas de qualquer forma é um álbum de fotos muito bonito de se ver...

Amigos, vou ficando por aqui. Obrigado por estarem sempre conosco e que Deus possa sempre abençoar a vida de cada um. Antes de me despedir, queria deixar algumas frases do Rubem Alves que li hoje:


“A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer
voltar”

“Cartas de amor são escritas não para dar notícias, não
para contar nada, mas para que mãos separadas se toquem ao tocarem a mesma folha
de papel.”

“Amar é ter um pássaro pousado no dedo.”


Um grande abraço e fiquem com Deus.

Woltony, Luciana, Pedro e Helena

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Almas gêmeas


Olha como o meu amor sempre foi linda!!! Um bebe que fazia até comercial!

Oi amigos,

O post de hoje era para ser colocado ontem, mas sabe quando você acha que as idéias ainda não foram bem trabalhadas na cabeça? Toda vez que penso em escrever sobre a Luciana, um sem número de lembranças e de pensamentos inundam a minha cabeça e o que geralmente acontece é uma confusão, como se várias imagens estivessem sobrepostas e assim fica difícil discernir onde começa uma e termina outra. Assim, não sei por onde começar...até que algo acontece durante o dia e vejo claramente o que devo escrever.

Estava pensando em coisas que eu e a Luciana gostávamos de fazer quando uma amiga me mandou uma música que, segundo ela, fazia lembrar a Luciana. Essa música era de uma novela chamada Almas Gêmeas que eu e a Luciana adorávamos. Aí vem um primeiro fato...eu adorava assistir novela com a Luciana! Era sempre assim: Ela começava assistir a uma novela e à medida que ela ia gostando, eu acompanhava também...assim podíamos ficar juntinhos e ainda tínhamos mais assunto para conversar..rsrsrs. Essa novela em específico passava às 18:00 e muitas vezes eu saía correndo do trabalho para ficarmos juntos assistindo. Ela tinha também um outro costume...gravar as novelas em fita VHS. Ela gravava quando não dava para a gente assistir e um dos nossos programas era assistir a essas gravações...e para quem um dia já fez isso, sabe que o problema não é gravar mas sim achar depois a gravação! Esses dias mexendo nas nossas coisas eu achei boa parte dessas fitas...com gravações de todo e qualquer jeito porém que serviram para passarmos momentos maravilhosos, deitados na cama ou recostados no sofá. Segue abaixo a letra da música da novela:
Vôa minha ave
Vôa sem parar
Viaja prá longe
Te encontrarei
Em algum lugar...

Permaneço em ti
Como sempre foi
Mais perfeito e mais fie
lMesmo sozinho sei
Que estás perto de mim
Quando triste olho pro céu...

Quando eu te
vi
O sonho aconteceu
Quando eu te vi
Meu mundo amanheceu...

Mas você partiu sem
mim
E sei que estás
Em algum jardim
Entre as flores...

Anjo!
Meu tão amado anjo
Bem sei que estás
E eu do brando sono
Hei de acordar
Para os teus olhos
Ver uma vez mais...

Mais
O verdadeiro amor espera
Uma vez mais

Quando eu te vi
O sonho aconteceu
Quando eu te vi
Meu mundo amanheceu...(2x)

Mas você partiu sem
mim
E sei que estás
Em algum jardim
Entre as flores...



Eu e a Luciana às vezes nos perguntávamos se éramos “almas gêmeas”. Na verdade a gente falava que não tínhamos como provar se almas gêmeas realmente existiam, mas se de fato existisse nós com certeza seríamos! Saber o que o outro queria somente com um olhar...pegar no telefone para ligar e na mesma hora receber a ligação do outro, estar calado e falar ao mesmo tempo, as mesmas palavras...enfim, parecia que as nossas mentes, os nosso corações estavam sempre conectados. Lembro de uma vez que ela estava na sala de radioterapia, numa posição incômoda. Do lado de fora, eu, os técnicos e os médicos acompanhávamos o tratamento através de uma câmera. De repente eu começo a sentir que ela não está bem e comento com um dos médicos e ele pede para eu ficar tranqüilo pois eles estão monitorando. Nesse exato momento ela começa a levantar o braço e sinaliza que está se sentindo mal. O médico só olhou para mim e fomos correndo para dentro da sala. Depois de acalmá-la ele olhou para mim meio que não acreditando e comentou: “Que ligação vocês tem hein?”

Falando um pouquinho das crianças, hoje (sexta) o Pedrinho teve dois aniversários para ir, uma na escola e outro em um salão de festas. Ele ficou bem animado na hora de dar os presentes e brincou tanto que nem quis saber de comida. Tirando o fato que ele não agüentou e pegou um brigadeiro antes dos parabéns. O bonitinho foi ele falar: “Papai, olha o que eu achei!” e antes de eu falar para guardar o doce ele enfiou tudo na boca. A Helena também esta linda. Agora ela brinca no tapetinho do chão e fica arrancando as coisas do móbile. Incrível a força que ela tem! Quando ela agarra o nosso cabelo então, sai de baixo! Já dá para perceber que ela esta ganhando peso...até as dobrinhas estão aparecendo.


Amigos, vou ficando por aqui. Foi bom hoje compartilhar algumas coisinhas nossas, e também colocar a foto do meu amor quando era pequeninha. Ela sempre foi linda né?

Antes de me despedir, queria deixar um versículo que tem ficado na minha cabeça nesses dois últimos dias.

Filipenses 4:6-7

6 Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante
de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de
graças.
7 E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o
vosso
coração e a vossa mente em Cristo Jesus.
Um beijão e fiquem com m Deus! Bom fim de semana!

Woltony, Luciana, Pedro e Helena